ARENDT, HANNAH "Até nos tempos mais sombrios temos o direito de esperar ver alguma luz. É bem possível que essa luz não venha tanto das teorias e dos conceitos como da chama incerta, vacilante, e muitas vezes ténue, que alguns homens e mulheres conseguem alimentar." Nascida dentro de uma rica e antiga família judia alemã, foi na pátria de origem que esta brilhante e controversa figura do pensamento político do século XX fez os seus estudos universitários de teologia e de filosofia, relacionando-se então, passional e intelectualmente, com um seu professor, o filósofo existencialista Martin Heidegger. Na Universidade de Heidelberg viria depois, com a orientação de Karl Jaspers, a concluir uma original tese de doutoramento sobre a experiência do amor na vida e na obra de Santo Agostinho. O seu crescente envolvimento com o sionismo acabaria por colidir com o anti-semitismo emergente no Terceiro Reich, situação que a levaria inevitavelmente à prisão. Conseguiria no entanto escapar para França, onde viria a trabalhar durante algum tempo com crianças judias expatriadas. Presa de novo por diversas vezes em conjunto com o marido o operário e "marxista crítico" Heinrich Blücher acabaria, em 1941, por ter de partir para os Estados Unidos da América. Aí trabalharia, durante anos, em diversas editoras e organizações judaicas, obtendo o seu primeiro trabalho académico em 1963, na Universidade de Chicago. Em 1967 trocaria esta pela New School of New York, instituição na qual se manteria até à morte, ocorrida em 75. | |
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